Pintura corporal

Membros das tribos Surma e Mursi , localizadas leste da África Omo. São coloridas de brancos, vermelhos terra e amarelos , e misturadas com palhas, flores exóticas, gravetos e folhas. Para transforma em acessórios, os membros destas tribos usam uma flor ou raiz e um folha. E as pinturas corporais usam pigmentos extraídos de plantas, barro, pedras em pó e frutos.

- Arquitetura

A arquitetura afro-africana foi como representação de poder, teve um caráter utilitário, em vez de comunitário. Todos possuíam o mesmo tipo de casa, não como expressão de igualdade, mas de pertinência ao mesmo grupo. O povoado se protegia com uma muralha de barro, assim marcavam os limites da aldeia. Os materiais que eles usavam eram: Fibra seca tecidas até o barro ou uma combinação de vários.

- Escultura

As esculturas são modeladas em argila, terracota, ouro e bronze, porém a madeira é um dos materiais mais usados. Nos séculos XII e XIII, em Ifé, os artistas conseguiram atingir a perfeição na arte do retrato em barro cozido e em bronze. Por a habilidade ser tão naturalista, inspirou a arte da Grécia Antiga.
No centro leste do continente africano, a etnia Makonde, que vive no sudeste da Tanzânia e no norte de Moçambique, também se destaca com 200 anos de história. Suas esculturas são figurativas e retratam animais e seres humanos. São produzidas pelo próprio povo, que se utiliza de uma madeira preta, o ébano, localmente chamado de mpingo; a dureza, a durabilidade e a cor fazem essa madeira perfeita para esculpir. Alguns artistas, depois das peças prontas, passam graxa de sapato para dar maior brilho. Essa arte é tanto tradicional como contemporânea, refletindo o seu passado tribal e também a vida urbana, utilizando seus mitos como inspiração.

- Máscaras

As máscaras são as formas mais conhecidas da arte africana. Representa a soma de elementos simbólicos e místicos, usadas em rituais e funerais. Os africanos acreditam no poder da absorção das forças mágicas dos espíritos, obtendo a cura de doentes, etc. As máscaras são confeccionadas em barro, marfim, metais, mas o material mais utilizado é a madeira. Para estabelecer a purificação e a ligação com a entidade sagrada, são modeladas em segredo na selva. Visitando os museus da Europa Ocidental é possível conhecer o maior acervo da arte antiga africana no mundo.

- Música

Uma descrição geral da chamada música africana não seria possível dada a quantidade e variedade de expressões. No entanto, existem semelhanças regionais entre grupos desiguais, assim como as tendências que são constantes ao longo de todo o comprimento e a largura do continente africano. A música da África é tão vasta e variada como as muitas regiões, nações e grupos étnicos do continente.

- Dança

Nas danças africanas, há o hábito de se ter os pés nus em contato direto com a terra, com o intuito de absorver as energias deste lugar. Cada parte do corpo movimenta-se com um ritmo diferente. O corpo pode ser comparado a uma orquestra que, tocando vários instrumentos, harmoniza-os num único som. Entre as danças, destacam-se: lundu, batuque, ijexá, capoeira, coco, congadas e jongo.

A dança originou-se na África como parte essência da vida nas aldeias. ela acentua a unidade entre seus membros, por isso é quase sempre uma atividade grupal. Em sua maioria, todos os homens, mulheres e crianças participam da dança, batem palmas ou formam círculos em volta dos bailarinos. Em ocasiões importantes, danças de rituais podem ser realizadas por bailarinos profissionais.

- Rituais religiosos

Tambores são tão ancestrais quanto o próprio homem.

Os tambores são utilizados desde as mais remotas eras da humanidade. Acredita – se que os primeiros tambores fossem troncos ocos de arvores tocados com as mãos ou galhos. Posteriormente, quando o homem aprendeu a caçar e as peles de animais passaram a ser utilizadas na fabricação de roupas e outros objetos, percebeu – se que ao esticar uma pele sobre o tronco, o som produzido era mais poderoso. Pela simplicidade de construção e execução, tipos diferentes de tambores existem em praticamente todas as civilizações conhecidas. A variedade de formatos, tamanhos e elementos decorativos dependem dos materiais encontrados em cada região e dizem muito sobre a cultura que os produziu. São típicos nos cultos afros – brasileiros; na dança, nos pontos cantados, no transe. A musica e a dança sempre foram os principais feradores dessa comunicação com os Deuses.
Mesmo nas religiões mais antigas, o toque dos tambores também foi utilizado não somente para o culto às divindades, mas também como forma de manter contato com os espíritos dos mortos.

Tecidos e modas Afro Africana

- Vestuário

O vestuário do africano ocidental, desde a fabricação do tecido à confecção e uso está envolvido em uma rede de simbolismo inerente à vida do africano na sociedade. O corpo representa a força vital, a materialidade do espírito e, portanto o vestuário, pelo seu contato íntimo com o corpo exerce ações sobre seu portador. Considera-se o material com que é feito, os elementos que o constituem, forma e cor. O vestuário é uma linguagem, fortalece a palavra, visto a importância da oralidade na cultura africana. A interdependência do vestuário e do corpo caracteriza o traje como um objeto indissociável de seu suporte o corpo o que confere existência e significado ao vestuário.
Cada momento da vida social africana é marcado pelo uso de roupa determinada como, por exemplo, o nascimento, a iniciação na vida adulta e a morte, o bebê usa ao redor da cintura um fio de algodão, que é ao mesmo tempo uma proteção solidifica sua coluna vertebral e uma prefiguração do que usar mais tarde. Enquanto que, durante o período que cerca a iniciação na vida adulta, circuncisão nos meninos e a excisão nas meninas, os adolescentes trajam vestes especiais. Para as meninas é constituída de um pano cru, tinto de preto com motivos geométricos, que deve ser atado à cintura. Os meninos devem usar um bubu de qualquer cor. Tanto os meninos como as meninas devem usar este traje até a cicatrização total da cirurgia. É hábito dos africanos em geral confeccionar, para festas típicas ou funerais, trajes com tecidos da mesma padronagem e cor manifestando a participação e solidariedade do grupo social, com uso de um "uniforme". As mulheres usam o conjunto tradicional, constituído de blusa e saia de pano amarrado ma cintura; os homens usam uma calça de modelo europeu e uma camisa do mesmo pano usado pelas mulheres.
A cor branca simboliza a luminosidade do Deus maior, Sua ação se concretizando na difusão de sua palavra e de sua luz, nomeando e classificando as coisas, que recebem, assim, a força vital, isto é, passam a existir. Por isso, no candomblé, branco é a cor de Oxalá.

- Tecido

Tradicionalmente o tecido é fabricado em tear artesanal, construído com estacas de madeira, formando um abrigo rudimentar. Na maioria dos casos construídos pelos os próprios tecelões. Atualmente grande parte do tecido é produzida industrialmente. Os fios empregados são a lã, a seda, o algodão e fibras de folhas de palma de ráfia, dependendo da região produtora. O tecelão se ocupava de todas as atividades envolvidas na confecção do vestuário: tecelagem costura e bordado, todas essas tarefas eram executadas manualmente.
Enquanto a fiação é uma atividade eminentemente feminina, em toda a África, a tecelagem é uma ocupação masculina. Entretanto em algumas áreas (Nigéria e Sudão) as mulheres também tecem principalmente o algodão. Mas mesmo nos lugares onde ambos os sexos tecem cada um usa um tipo diferente de tear. Os teares são de dois tipos básicos, de acordo como os jogos de urdidura (comprimentos do fio e montagem no tear) são atados a uma liça simples ou dupla. Cada tipo tem mais de uma versão, especialmente a única liça de qual há várias versões verticais e horizontais nas diferentes regiões de África. Os tecelões trabalham ao ar livre, em grupo, sob a sombra das árvores ou sob pequenas coberturas.
Esses teares produzem faixas de tecido estreitas, com dez a vinte centímetros de largura. As faixas de tecido produzidas pelo tear, recortadas e costuradas, permitem confeccionar os trajes tradicionais.

Jóias, colares e adereços Afro- Africana

- Colares

Vários são confeccionados em metal. Com elos, tiras ou outros formatos. Eles são chamados de “guias” e mais usados entre os adeptos da umbanda. Levam também um símbolo que pode ser uma estrela, um machado, santos populares entre outros. Alguns deles são ainda adornados de contas vermelhas, pretas e brancas. São objetos de proteção para o corpo. Histórias antigas contam que o correntão de elos de ouro usado pelas escravas, também chamado de correntão cachoeirano, era fruto de muitas noites de amor com os senhores português. Conta-se que enfeitiçavam os homens para que lhes dessem suas alianças em troca dos favores sexuais. Cada elo era uma aliança portuguesa.

- Fios de Contas

Conta – estrela principal das peças de adorno africanas. É a designação de tudo o que passe por um fio com o objetivo de envolver o corpo. Os famosos “fios de contas” são muito utilizados. Seu sentido é fundamentalmente religioso. São contas enfiadas, originalmente, em palha-da-costa. Atualmente são usados os fios de náilon, cordonê ou outros. Seu colorido é fascinante. Podem representar uma hierarquia; um rito de passagem; identificar deuses, atividade desenvolvida ou mesmo nações. O fio de contas marca um compromisso cultural e ético entre o ser humano e o divino. É canal de comunicação entre o homem e seu deus tutelar. Também chamados de “colares litúrgicos”. O relacionamento estabelecido com o mundo “mágico” só é possível enquanto o indivíduo integra uma nação, uma tribo. Os fios de conta também se prestam a essa finalidade na medida em que associam esse indivíduo a um grupo, a um orixá.
- Fios múltiplos, suas montagens e cores simbolizam deuses específicos.
- Xubetas ou Mocãs: fios de palha-da-costa ou buriti trançados com miçangas e búzios.
- Rungeve: Feito de miçangas marrons, corais e seguis (um tipo de conta).
- Diloguns: fios múltiplos. Conjunto de 7, 14 e 21. São unidos por uma firma (conta cilíndrica).
- Brajá ou Ibajá: longos fios montados de dois em dois, em pares opostos. Podem ser usados a tiracolo e cruzando o peito e as costas. É a simbologia da inter-relação do direito com esquerdo masculino e feminino, passado e presente. Quem usa esse tipo de colar é um descendente dessa “união”.
- Cor
Cores muito usadas são o vermelho, preto e branco. A facilidade na obtenção de pigmentos naturais nessas cores estimulou seu uso, seja em pinturas corporais, em tecidos ou mesmo nos objetos de adorno. Além disso, têm forte ligação com o homem. O vermelho está relacionado ao sangue, ao fogo, conseqüentemente à luta, à força. Branco e preto são dia e noite, homem e mulher, vida e morte. O branco também pode ser visto como representação da ancestralidade e o preto como elemento germinal da terra. O segui, conta azul de forte significado africano, antigamente só era usada por reis.


- Material

Os mais valorizados são os naturais, “verdadeiros”, no entanto a situação econômica obriga o uso de materiais alternativos e sintéticos. Eles são permitidos nos cultos, pois sua principal função aí, a de simbolizar o divino, está devidamente adequado visto que as cores são rigorosamente obedecidas.
Pode-se ver o uso de vidro, massas, búzios, metais, marfim, chifre, madeira, cerâmica, coral entre outros. Mesmo os materiais reciclados estão ganhando espaço no Candomblé. Materiais nobres, como as bolas de filigranas de origem luso-muçulmanas, são patrimônio das africanas destinado a seus descendentes e amigos queridos. A impressão é de que não apenas o valor financeiro é levado em conta, mas também a crença numa “energia” que fica nas peças e que possa ser “distribuída”. Também tem as contas com que são feitos os laguidibás, de chifre ou casca de coco, sempre na cor preta.

- Penteado Afro-africana

A tradição dos cabelos trançados é originária de África e poderia indicar significados variados (estado civil, status social, origem, religião, etc.). Hoje em dia os penteados trançados continuam a ser mais utilizados pelos africanos ou afro-descendentes, no entanto, sendo a nossa sociedade cada vez mais multicultural, esta técnica continua cada vez mais a ganhar adeptos entre os jovens de diversas culturas. Para além de ser uma alternativa ao uso de tratamentos químicos, os penteados com tranças são bastante artísticos e podem ser feitos em cabelos crespos ou lisos. São tranças feitas junto ao couro cabeludo que permitem a criação de vários desenhos, tranças grossas ou finas, com o cabelo natural e com aplicação de outros fios, naturais e artificiais. Os penteados afro descendentes fazem parte do legado cultural que a África nos presenteia. Com seus valores sociais, hierárquicos, míticos e religiosos. Pelas releituras feitas de maneiras sofisticadas ou pelos usos dos modelos tradicionais, os penteados são usados por homens e mulheres de todos os círculos culturais e sociais. Um reflexo da globalização que tem sua origem na triste história da escravidão do povo africano.